"Mais coisas sobre nós mesmos nos ensina a Terra que todos os livros. Porque nos oferece resistência. Ao se medir com um obstáculo o homem aprende a se conhecer; para superá-lo, entretanto, ele precisa de ferramenta. Uma plaina, uma charrua. O camponês, em sua labuta, vai arrancando lentamente alguns segredos à natureza; e a verdade que ele obtém é universal. Assim o avião, ferramenta das linhas aéreas, envolve o homem em todos os velhos problemas.
Trago sempre nos olhos a imagem de minha primeira noite de vôo, na Argentina - uma noite escura onde apenas cintilavam, como estrelas, pequenas luzes perdidas na planície.
Cada uma dessas luzes marcava, no oceano da escuridão, o milagre de uma consciência. Sob aquele teto alguém lia ou meditava, ou fazia confidências. Naquela outra casa alguém sondava o espaço ou se consumia em cálculos sobre a nebulosa de Andrômeda. Mais além seria, talvez, a hora do amor. De longe em longe brilhavam esses fogos no campo, como que pedindo sustento. Até os mais discretos: o do poeta, o do professor, o do carpinteiro. Mas entre essas estrelas vivas, tantas janelas fechadas, tantas estrelas extintas, tantos homens adormecidos...
É preciso a gente tentar se reunir. É preciso a gente fazer um esforço para se comunicar com algumas dessas luzes que brilham, de longe em longe, ao longo da planura."
"Quem sabe direito o que uma pessoa é? Antes sendo: julgamento é sempre defeituoso, porque o que a gente julga é o passado."
(Guimarães Rosa - Grande sertão: veredas)
quarta-feira, 28 de abril de 2010
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Para pensar...
Achei muito interessante o artigo de Gabriel de Andrade Junqueira Filho, "Está nascendo uma pedagogia da infância", publicado na revista Pátio - Educação Infantil - ano VII nº 21 - nov/dez 2.009. Este trecho, em especial, chamou minha atenção:
"As crianças continuam sendo crianças fora da escola, mas nem sempre têm respeitado o direito de viver a infância no decorrer da sua escolarização. A infância estende-se de 0 a 12 anos aproximadamente. Uma versão insistente, retrógrada e duradoura da escola é que a divide e separa, como também hierarquiza e estimula a disputa e o antagonismo entre profissionais desses dois níveis de escolaridade, com graves prejuízos para toda a sociedade. Por isso, e por conhecer a especificidade em relação ao desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças de 0 a 10 anos - para me deter na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental -, convido a todos para pensarmos juntos uma proposta curricular de continuidade educativa para as crianças de 0 a 10 anos - uma pedagogia da infância que articule a educação infantil e os anos iniciais do ensino fundamental."
"As crianças continuam sendo crianças fora da escola, mas nem sempre têm respeitado o direito de viver a infância no decorrer da sua escolarização. A infância estende-se de 0 a 12 anos aproximadamente. Uma versão insistente, retrógrada e duradoura da escola é que a divide e separa, como também hierarquiza e estimula a disputa e o antagonismo entre profissionais desses dois níveis de escolaridade, com graves prejuízos para toda a sociedade. Por isso, e por conhecer a especificidade em relação ao desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças de 0 a 10 anos - para me deter na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental -, convido a todos para pensarmos juntos uma proposta curricular de continuidade educativa para as crianças de 0 a 10 anos - uma pedagogia da infância que articule a educação infantil e os anos iniciais do ensino fundamental."
quarta-feira, 14 de abril de 2010
terça-feira, 13 de abril de 2010
Acabei de ler O Anticristo, de Friedrich Nietzsche.
Nesse livro, Nietzsche firma sua posição sobre a doutrina religiosa, mostrando como o cristianismo é a vitória dos fracos, doentes e rancorosos sobre os fortes, orgulhosos e saudáveis. Ele critica a mudança de foco que o cristianismo opera, uma vez que o centro da vida passa a ser o além e não o mundo presente.
Aconselho a leitura de Assim falou Zaratustra e Humano, demasiado humano, ambos de Nietzsche, para melhor compreensão.
Nada contra a religião. Penso, apenas, que devemos conhecer outros pontos de vista...
Nesse livro, Nietzsche firma sua posição sobre a doutrina religiosa, mostrando como o cristianismo é a vitória dos fracos, doentes e rancorosos sobre os fortes, orgulhosos e saudáveis. Ele critica a mudança de foco que o cristianismo opera, uma vez que o centro da vida passa a ser o além e não o mundo presente.
Aconselho a leitura de Assim falou Zaratustra e Humano, demasiado humano, ambos de Nietzsche, para melhor compreensão.
Nada contra a religião. Penso, apenas, que devemos conhecer outros pontos de vista...
sábado, 10 de abril de 2010
sexta-feira, 9 de abril de 2010
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