"Quem sabe direito o que uma pessoa é? Antes sendo: julgamento é sempre defeituoso, porque o que a gente julga é o passado."

(Guimarães Rosa - Grande sertão: veredas)






segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Acidente na Avenida Guilherme Cotching, em São Paulo, dia 11/ 12/ 2.010

"Na avenida Guilherme Cotching, um acidente deixou uma vítima fatal, no sentido centro, junto da avenida Nadir de Figueiredo. A via está bloqueada."

Foi apenas isso que eu encontrei na internet sobre o acidente que aconteceu sábado de manhã na avenida Guilherme Cotching, em São Paulo. Por volta de 8h20 da manhã estava passando por lá com minha colegas de curso. Nós vimos o corpo coberto no asfalto e a moto batida. A visão da cena nos deixou chocadas, mas mais chocante ainda foi um comentário feito por uma pessoa que também havia visto o corpo. "Vocês viram o 'presunto' na avenida?", como se não significasse nada, como se não fosse uma vida humana, cheia de sonhos e projetos, que se extinguia. É a banalização da vida, em que tudo é normal e ninguém se sensibiliza com mais nada.
Ao ver aquele corpo, eu pensei em todos os planos que se foram. Pensei na família daquela pessoa recebendo a notícia, tão próximo do Natal. A tristeza das pessoas naquele sábado ensolarado. Pensei, também, em como não somos nada. Numa fração de segundos, tudo se acaba.


Me lembrei do livro "O resto é silêncio", de Érico Veríssimo, em que uma moça se suicida e sete pessoas presenciam o acontecimento. A partir daí, o autor relata a reação de cada uma dessas pessoas diante do ocorrido.

Um comentário:

  1. o que impressiona, é a propriedade de quem vive o que escreve. E não mais um teorico que escreve num quarto fechado sobre a vida q acontece la fora. Parabéns

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