"Na avenida Guilherme Cotching, um acidente deixou uma vítima fatal, no sentido centro, junto da avenida Nadir de Figueiredo. A via está bloqueada."
Foi apenas isso que eu encontrei na internet sobre o acidente que aconteceu sábado de manhã na avenida Guilherme Cotching, em São Paulo. Por volta de 8h20 da manhã estava passando por lá com minha colegas de curso. Nós vimos o corpo coberto no asfalto e a moto batida. A visão da cena nos deixou chocadas, mas mais chocante ainda foi um comentário feito por uma pessoa que também havia visto o corpo. "Vocês viram o 'presunto' na avenida?", como se não significasse nada, como se não fosse uma vida humana, cheia de sonhos e projetos, que se extinguia. É a banalização da vida, em que tudo é normal e ninguém se sensibiliza com mais nada.
Ao ver aquele corpo, eu pensei em todos os planos que se foram. Pensei na família daquela pessoa recebendo a notícia, tão próximo do Natal. A tristeza das pessoas naquele sábado ensolarado. Pensei, também, em como não somos nada. Numa fração de segundos, tudo se acaba.
Me lembrei do livro "O resto é silêncio", de Érico Veríssimo, em que uma moça se suicida e sete pessoas presenciam o acontecimento. A partir daí, o autor relata a reação de cada uma dessas pessoas diante do ocorrido.
o que impressiona, é a propriedade de quem vive o que escreve. E não mais um teorico que escreve num quarto fechado sobre a vida q acontece la fora. Parabéns
ResponderExcluir