"Quem sabe direito o que uma pessoa é? Antes sendo: julgamento é sempre defeituoso, porque o que a gente julga é o passado."

(Guimarães Rosa - Grande sertão: veredas)






domingo, 19 de outubro de 2014

Curitiba e Ilha do Mel - PR - 11 à 14 de outubro

     Tivemos a oportunidade de fazer mais uma viagem antes de terminar 2014. Fomos visitar meu irmão, que está morando em Curitiba, e seguimos para a Ilha do Mel.
     Nossa estada em Curitiba foi bem rápida. Tive oportunidade apenas de conhecer o Jardim Botânico. Encontramos meu irmão no sábado à tarde e voltamos cedo para o Curitiba Casa Hostel, para descansar da longa viagem de carro.

Rodovia Régis Bittencourt

Jardim Botânico de Curitiba

     No dia seguinte, partimos para a Ilha do Mel. O lugar é bem rústico, é preciso usar lanterna para ir jantar. Adoramos o lugar, perfeito para descansar! Logo que chegamos, deixamos nossas malas na Pousada do Clodo e fomos conhecer a Gruta das Encantadas. O dia estava ensolarado, o que ajudou a realçar a beleza do lugar.

Chegada

Gruta das Encantadas





Encantadas


     O dia seguinte foi de muita caminhada. Fomos de barco até Nova Brasília. De lá, caminhamos até o Farol das Conchas. Depois fomos conhecer a Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres. Caminhamos uns 10 km, mas valeu a pena.

Nova Brasília


Farol das Conchas

Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres


     O dia seguinte foi de volta para casa. Passamos pela rodovia PR-410, a Estrada da Graciosa. Realmente, é muito graciosa. Parece que você está num conto de fadas!




     Ficamos muito tristes pois encontramos muita sujeira deixada pelos turistas na ilha. Vemos que as pessoas ainda não tem consciência dos danos que causam na natureza. 
     Adoramos a simplicidade do lugar! Os preços não são absurdos, como ouvimos falar. Pelo contrário! Comemos bem todos os dias. 
      Quando conhecemos novos lugares, passamos a ver o nosso lugar com outros olhos, dando mais valor para nossa vida, nossa casa...

Cusco/ Machu Picchu - 14 à 19 de setembro de 2014






     Machu Picchu sempre foi um grande sonho para mim. E a proximidade de sua realização me deixou muito ansiosa durante os dias que antecederam a viagem. Pensar em dormir em outro país pela primeira vez também contribuiu para aumentar minha ansiedade, bem como o fato de não falar nada em espanhol.
     Viajamos para Lima na noite do dia 14 de setembro. Em Guarulhos, tivemos um pequeno contratempo. A moça no check in disse que meu marido não conseguiria desembarcar no Peru com seu RG (ainda não temos passaportes), que ele precisava pelo menos plastificá-lo. Ele pensou em desistir, mas encontramos um lugar que plastificava documentos dentro do aeroporto, e a viagem aconteceu sem maiores problemas.
     Chegamos em Lima 23h30, mas nosso voo para Cusco só sairia 5h30 da manhã. Então tivemos que nos ajeitar no chão do aeroporto enquanto esperávamos.

Dormindo no chão do aeroporto de Lima

     Chegamos em Cusco e o dia estava lindo! Cada detalhe do caminho me deixava admirada. Já agendamos dois passeios com a agência indicada pelo motorista do táxi e seguimos para o hostel Che Lagartos, que por sinal foi o pior que já me hospedei em todas as minhas andanças. O quarto era deprimente, a lâmpada muito fraca, a água do chuveiro demorava pra esquentar e esfriava de repente (e à noite fazia muito frio), a descarga não funcionava direito... A única vantagem era a localização, bem próxima à Plaza de Armas.
     Reservamos esse primeiro dia para descansar e acostumar com a altitude (Cusco fica a 3.400m de altitude). Não passei mal, mas sentia cansaço nas caminhadas.

Voo para Cusco

Plaza de Armas

Plaza de Armas

Experimentando a Inca Kola



   
     No dia 16 de setembro fizemos o passeio ao Vale Sagrado. Visitamos Pisaq e almoçamos em Urubamba (onde experimentei o chá de coca). Depois visitamos Ollantaytambo e Chinchero.


Vista da estrada para Pisaq

Pisaq

Experimentando o chá de coca em Urubamba


Ollantaytambo



Chinchero


     O dia 17 de setembro era o mais esperado! Saímos de madrugada para a estação de Poroy, de onde partimos de trem para Águas Calientes. Foram 3 horas de viagem, com paisagens impressionantes.


Viagem de trem para Águas Calientes

Estação de Poroy


     Quando chegamos a Machu Picchu e eu vi a paisagem das fotos que a vida inteira admirava pelas revistas de viagem de meu pai e depois pela internet, senti uma emoção muito grande. Não sabia se fotografava, se pedia para meu marido me fotografar ali ou se só deveria ficar parada, admirando. Realmente, é tudo o que dizem e mais um pouco! A imponência das construções e a paisagem do lugar são impressionantes! E é maravilhoso realizar um sonho!




     No dia seguinte, visitamos Qorikancha, Sacsayhuaman, Q'enqo, Pukapukara e Tambomachay. 

Plaza de Armas - último dia


Mercado de San Pedro

Qorikancha

Sacsayhuaman


Q'enqo

Pukapukara

Tambomachay

     Ficamos impressionadas com a quantidade de turistas de todas as partes do mundo. O Brasil está longe de ser tão cosmopolita.
     A culinária local também impressionou. Todos os dias queria beber a chicha morada, bebida à base de milho roxo, frutas e especiarias.Apreciei muito a chaufa de quinua e a sopa criolla. Outra curiosidade: é muito barato comer em Cusco. Nos alimentamos bem todos os dias. Inclusive, almoçamos num restaurante bem elegante no último dia, pois o preço é bem parecido com o de um almoço qualquer aqui no estado de São Paulo.
     Cusco mostrou estar preparada para receber turistas do mundo todo. Em todos os lugares, as pessoas falavam devagar para entendermos, ou mostrava a foto dos pratos. 
     Os uniformes escolares são bem diferentes dos nossos. As meninas usam saias até o joelho e meias compridas. Os professores usam terno. 
      A viagem valeu muito a pena! É muito bom ter a oportunidade de conhecer outras culturas, sair da nossa zona de conforto. Sempre que viajamos, refletimos sobre nossa realidade, percebemos como nossa vida é maravilhosa e valorizamos o que realmente importa.
    

Rápido e (quase) indolor - meu casamento - 13/ 09/ 2014

          Bom, vou registrar aqui o evento que proporcionou a realização de um grande sonho: conhecer Machu Picchu.






quarta-feira, 9 de julho de 2014

Pará - 28 de junho a 6 de julho

"Minha vida é andar por esse país
 Pra ver se um dia descanso feliz..."
 (Luiz Gonzaga)

     Não imaginava voltar tão cedo para o estado do Pará. Quando a oportunidade de acompanhar meu noivo na viagem para levar o carro que meu cunhado comprou aqui, não pensei duas vezes. Fiquei ainda mais empolgada por ser uma viagem de carro, coisa que sempre quis fazer.
     Mais de 2.400 km. Tudo o que eu queria! Conhecer outras estradas, outras regiões...

Google Mapas nos ajudou muito durante a viagem.

     Saímos de Taubaté no dia 28 de junho. Fomos pela Dutra até Jacareí. Lá entramos na rodovia Dom Pedro I. Passamos, também, pelas rodovias Anhanguera, Washington Luiz e BR 326. 
     Paramos num posto de gasolina na cidade de Guariba para almoçar e assistir ao jogo Brasil X Chile. A cobrança de pênaltis atrasou um pouco nossa viagem.
     Cada vez que viajo para o interior paulista fico mais impressionada com sua beleza, e com a riqueza de suas plantações. O que me deixa chateada são os pedágios, muitos e caros.



Colômbia - SP


     Nos perdemos em Barretos, mas, enfim, conseguimos entrar na BR-153 (Transbrasiliana, Belém-Brasília ou Rodovia Bernardo Sayão). Seguimos para Goiânia. Fiquei espantada com a estrada, bem mais conservada do que eu imaginava.
     Estava muito empolgada para chegar em Itumbiara e tirar uma foto da placa, pois adoro a música "Rumo à Goiânia", de Leandro & Leonardo. Desde o começo da viagem imaginava como seria chegar nesse trecho, por causa da música.

"Em Itumbiara/ Entrando em Goiás/ Quase que eu decolo/ Feito um avião..."

     A foto não ficou boa, mas, para mim, significou muito.

     Tivemos dificuldade para achar um hotel em Goiânia, mas, enfim, conseguimos. No dia seguinte, também tivemos dificuldade para sair de Goiânia. Depois de muitas voltas, conseguimos chegar à GO - 080 e, depois, à BR-153.

Goiânia - GO

Goiânia - GO




     Quando entramos no estado do Tocantins, percebemos a mudança (para pior) no asfalto da rodovia. Passamos por várias cidades, como Gurupi e Paraíso do Tocantins. Em Guaraí, seguimos pela TO-336, rumo à Conceição do Araguaia, já no Pará. Passei um pouco de medo nessa estrada, pois já era noite.



     Fiquei mais aliviada depois de cruzar a ponte sobre o rio Araguaia, já entrando em Conceição do Araguaia - PA. Chegamos destruídos pelo cansaço, afinal, foram 1.100 km de estrada. Meus pés estavam inchados. Dormimos na cidade, e no dia seguinte paramos para conhecer o rio Araguaia. Espetacular! Fiquei com vontade de ficar mais um pouco, mas não foi possível. Era preciso sair cedo, tentar chegar em Ourilândia do Norte ainda durante o dia, pois o pior trecho da estrada era o de Xinguara até Ourilândia.






     Passamos pelas cidades de Redenção, Xinguara e Água Azul, antes de chegar ao nosso destino. Na estrada, enfrentamos um congestionamento comum na região:




     Passamos a semana descansando em Ourilândia do Norte. Na quarta-feira, 2 de julho, fomos novamente almoçar em São Félix do Xingu. Dessa vez, pude ver melhor o encontro dos rios Xingu e Fresco.


     No sábado, 5 de julho, passamos por Canaã dos Carajás e ficamos impressionados com a cidade. Ficamos muito impressionados, também, com o tamanho da cidade de Parauapebas, bem diferente do que imaginávamos.

Rio Parauapebas



     No domingo, dia 6 de julho, visitamos a Floresta Nacional de Carajás, área preservada pela empresa Vale. Antes de chegar ao Parque Zoobotânico, encontramos esse rapazinho perambulando pela estrada:




O Parque Zoobotânico é muito bonito, com muitas árvores e animais. Adoramos o passeio!









     Depois do almoço, seguimos para Marabá, de onde sairia nosso voo no dia seguinte. Passamos por Curionópolis, e eu não pude deixar de registrar esse pedaço da nossa história.




     Dormimos em Marabá. No dia seguinte, voltamos para São Paulo.

     Aprendi muita coisa nessa viagem. Uma delas foi que o Pará possui características da floresta amazônica e do cerrado, uma vegetação de transição. Aprendi, também, que ao encontrar uma onça, não devemos correr. Devemos ficar parados e gritar muito, para que ela nos confunda com um predador, e não presa.
     Mais uma vez tive que engolir meu preconceito e ver o estado do Pará com outros olhos, como um bom lugar para se viver. Mas o mais importante que aprendi, ou reaprendi, melhor dizendo, é que o melhor lugar para se viver é a nossa casa, e que é muito bom ter para onde voltar.

"Estou de volta pro meu aconchego..." 
(Dominguinhos)